Sunday, June 29, 2008

minha vontade é de jogar todas as minhas roupas fora...

...junto com o meu nariz, a minha garganta e todas as minhas vias respiratórias.
eu tô vivendo um verdadeiro inferno alérgico estes dias.
pois minha casa ficou fechada por quase 3 meses. quer dizer, quase, pois tinha a obra do banheiro. mas os armários ficaram. meus casacos e cobertores viraram criação de ácaro e fungo. a poeira da obra ajudou a consolidar a lambança no resto da casa.
quando chego, tá chovendo e faz frio. nada seca direito, e arejar é um conceito meramente teórico.
resultado - minha velha e boa rinite alérgica me pegou de jeito e me tortura há mais de uma semana já.
daí tá frio, eu tento colocar uma roupa, pego qualquer coisa do meu armário e começo a fungar e espirrar loucamente. como já tá tudo bichado da garganta pra cima, incluindo a parte exterior do meu nariz, da minha boca e a área dos olhos, a coisa só faz piorar ainda mais.
já nem sei mais o que fazer. minha vontade é não só de jogar tudo fora, mas de sair fugida pra algum deserto que seja quente e seco. LA-la-land nestas horas é o paraíso perdido....
putaqueopariu!!!

Saturday, June 28, 2008

os oráculos e os azande

pois ontem eu passei o dia tentando me concentrar pra escrever mas tava difícil. não por falta de vontade, mas o corpo e suas mazelas me aporrinhando. uma cólica dos infernos e os resquícios de uma rinite alérgica que vem me atormentando há mais de uma semana.
mas quando sentei e fui reler o que tinha escrito antes, pra editar, melhorar e escrever mais, dei com o trecho em que falo do evans-pritchard e dos azande. acho esta uma das etnografias mais incríveis que eu já li. e não por conta da escrita e do formato, pois estes seguem aquele modelo clássico mesmo do século XIX. mas pelo modo como este indivíduo encarou a história toda. pois ele foi lá pro meio da áfrica, no meio de um povo que usa de um oráculo que consiste em dar veneno pra um frango lá especial. se o frango morre é uma resposta, se não morre é outra. ele escreve sobre isso, explicando tudinho e, o melhor de tudo, dizendo que depois de morar lá um tempo não só esta história começou a lhe parecer razoável, como ele também começou a fazer uso do oráculo.
amo isso. diz ele, com seu jeito pomposo de antropólogo do século XIX:

I found it strange at first to live among Azande and listen to naïve explanations of misfortunes which, to our minds, have apparent causes, but after a while I learned the idiom of their thought and applied notions of witchcraft as spontaneously as themselves in situations where the concept was relevant.

claro, não dá pra não pensar na minha própria experiência na gringolândia. mas será que aprendi mesmo a usar os oráculos de lá?


Tuesday, June 24, 2008

enfim, o sono

depois de um tempão dormindo super mal na gringolândia, meu sono dá sinais de voltar ao normal. tenho dormido maravilhosamente bem e sonhado a beça (só que nem lembro muito dos sonhos, de tão profundo que meu sono está).
é que lá também estava chegando o verão. muita luz. não durmo bem com tanta luz.
e aqui, neste friozinho e escuridão....ai, ai. só não tá melhor porque andei assombrada pela minha rinite alérgica.
ah, e outra coisa que não tem nada a ver com o assunto mas que eu queria falar. ontem fui ver Estômago. simplesmente o máximo!!!

Tuesday, June 17, 2008

feliz

ai, nem sei o que dizer. tô tão feliz de estar de volta. engraçado que muitas vezes quando a gente cria expectativa nunca as coisas são do jeito que a gente esperava.
pois minha chegada foi melhor do que eu esperava. talvez porque não esperasse muito. nada além do que estar de novo na minha casinha.
pois tiveram sim um problemitchas. tipo o meu banheiro que ainda não está pronto. mas o que é pior, tá sem água quente. neste friaco, isso é simplesmente o fim da picada. mas tudo bem. ficou lindo e eu fiquei feliz mesmo assim.
mas o melhor de tudo foram os meus amigos que simplesmente apareceram aqui ontem a noite pra me dar as boas-vindas. de repente a casa tava cheia. com direito a cachorro, criança e grávida (claro, eu não consigo mais viver sem uma grávida por perto. ha, ha!!!). aquela zoeira e bagunça que eu amo que façam na minha casa.
mas o melhor de tudo foi afilhadinha me abraçando e beijando a noite toda. a bichinha tava morta de saudade mesmo. acho que nunca desde que ela começou mesmo a se entender por gente e ter noção das coisas, eu fiquei tanto tempo longe dela. e nada como matar saudade pra aquecer o coração da gente, né? pois ontem saiu todo mundo um pouco mais feliz daqui de casa e com o coração quentinho, quentinho.

Monday, June 16, 2008

Coréia, Brasil e Lousiana

Pois meu último dia em Lost Angeles (a-do-rei as piadinhas sobre LA no Sex and the City) foi assim tão cheio de emoções e eu fiquei com dó de ir embora. É sempre assim, eu começo a me acostumar, curtir, e tenho que ir embora.
Ontem lembrei porque agüentei viver aqui por tanto tempo. Pra começo de conversa, no final das contas eu já tava cheia de melhores amigos de novo. Minha vizinha A., apesar de umas tantas birutices, mostrou-se uma grande amiga e companheira. Já estamos cheias de planos pra sua visita em setembro (sim, em setembro ela vem me visitar no Rio).
Pois ontem eu fui com ela e E. num spa em koreatown (o bairro coreano aqui de LA). Eu já tinha ido lá antes com Rosinha, mas nunca tinha feito nada além de usar as piscinas e saunas. Pois ontem eu não fiz por menos – marquei uma massagem de shiatsu. Eu tava com a lombar totalmente detonada com todo o estress do final da viagem e mais uma certa exagerada no exercício (me empolguei, reconheço). A mulher até botou o pé nas minhas costas. Foi incrível! Saí de lá nova!!!
E o spa é tudo de bom. As mulheres todas peladonas e super na boa. Umas senhoras idosas, umas gordonas, umas magríssimas, velhas, novas, e tudo o mais que pode haver dentro deste universo que chamamos de sexo feminino.
Depois fui no meu terceiro (e graças a Deus último) chá de bebê desde que cheguei aqui. Já tava sem a menor paciência pra estas coisas. Pois o penúltimo foi o Ó. Só mulherzinha, sentadinhas em roda e emitindo aqueles melosos “how cuuuuuuute” cada vez que se abria um presente.
Pois esse era da M., amiga brasileira que mora aqui. Eu já devia saber que não ia ser a mesma encheção de saco que os outros. Mas cheguei lá e tava tudo decorado com coisa de neném, inclusive com o cafonérrimo bolo de fralda que neguinho faz aqui. Fiquei bolada, é claro.
Mas foi só começar o evento que eu lembrei como era boa nossa galera aqui. De repente o treco virou o maior rock’n roll, com direito a Blitz, Lobão e tudo. E mais um churrascão daqueles, cerveja, caipirinha, homem, mulher, criança, cachorro e uma zoeira maravalhosa! Daquelas que nunca se vê por aqui.
Por fim, saí correndo pra ir na festa que N. estava dando pra comemorar sua formatura. N. é uma fofa de Lousiana. Daquelas que é super perua mas que quando bebe fala uma porção de besteira, e perde toda a compostura. O marido dela é outro fofo. Os dois moraram no Brasil enquanto ela fazia a pesquisa de campo. Pois pra melhorar tudo eles ainda falam Português. Encontrei minha orientadora lá, que apesar de esquisitíssima e meio socially inept, é outra fofa.
Enfim, foi ótimo. Só não foi melhor por conta do meu estress com a viagem. Umas malas enormes, daquelas que dá vergonha. Eu fico péssima com estas coisas. Mas não quero nem saber – P. vai pagar o excesso, pois boa parte disso é coisa pra neném dela.
Aliás me prometi que nunca mais levo nada pra ninguém.
Agora tô eu aqui no LAX, sentadinha, esperando a hora de ir embora.

ps: escrevi isso lá e tô postando aqui....

Friday, June 13, 2008

acelerada

demorei pra embalar no ritmo aqui da gringolândia, mas agora que embalei tá difícil desacelerar. não tenho dormido bem por conta disso. muita coisa na cabeça.
ontem eu fui conversar com dois dos meus orientadores. que leram o que eu consegui escrever aqui pra tese e acharam ótimo. assim, só isso. sem aquela porção de pergunta ou de questionamentos. nem acreditei na minha pessoa. escrevi isso assim meio nas pressas e meio na pressão, que não é o meu jeito favorito de fazer as coisas. mas realmente, quando escrevi parecia bom. e era mesmo.
enfim, agora é só aproveitar o ritmo e ver se termino logo esta meleca desta tese.
no mais, as notas foram lançadas e daqui a pouco começam os emails dos alunos reclamões. detesto este pedaço. mas enfm, faz parte. ajuda saber que daqui a exatamente dois dias parto de volta pra minha casinha.
mas antes disso, uma porção de coisas pra resolver.

Wednesday, June 11, 2008

acabei

acabei de corrigir todas as provas que tinha pra corrigar e entrar todas as notas que precisava no sistema.
agora ainda falta acertar umas coisas antes de submeter as notas finais, mas o pior já tá feito.
trabalhei feito uma mula hoje. desde as 7 da manhã tô nesta função (sendo que agora já passa da meia-noite). acabei ficando meio puta pois os meus outros colegas fizeram corpo mole (principalmente um deles que eu já implico de tempos) e eu acabei tendo que fazer um pedaço do trabalho deles. aliás, este indivíduo com quem eu já vinha implicando fez corpo mole o trimestre inteiro. e eu fazendo mais do que devia.
mas enfim, nem quero saber. eu terminei minha parte.
no final até que nem foi tão ruim esta aula. e a professora é uma figuraça.
agora é resolver mais umas coisitas aqui e ali e finalmente voltar pra minha casa.
ai, ai.
meu cerébro tá completamente frito.

Friday, June 6, 2008

me, myself and I

ai, que eu ando escrevendo loucamente. sei lá, acho que só poder usar a minha língua já faz de escrever um prazer a mais. embora tenha que confessar que ando meio impressionada como o meu inglês tá afiado. quando eu penso que não dá pra melhorar, melhora ainda mais um pouco. enfim, mas não é disso que eu queria falar. queria falar que apesar de ter resmungado horrores desde que cheguei aqui (parece que este blog virou meu muro de lamentações preferido), tem umas coisas bem bacanas rolando comigo.
e são coisas minhas, só minhas, não tem nada a ver com nenhuma circunstância ou pessoa.
o caso é que de algum tempo eu ando incomodada com o meu peso. a questão do peso é coisa de toda vida pra mim, mas já faz muito que deu uma boa estabilizada. ainda assim eu vinha engordando um pouquinho aqui, e outro pouquinho ali. assim, de pouquinho em pouquinho, eu cheguei num peso que não tava me deixando nada feliz.
pois desde que cheguei aqui resolvi que ia cuidar disso. mas foi daquelas resoluções que a gente faz pra si mesma e só pra si.
e rolou. já emagreci mais de 6kg. tô mais esbelta, mais bonita, mais fogosa... (e eu que tinha deixado pra lá um pouco este meu lado).
além disso, comecei a me exercitar regularmente. tenho corrido. cada dia um pouco mais. tô mais disposta, mais alerta. comendo melhor, mais saudável. com isso comecei a me cuidar ainda mais. cuidar da minha pele, dos meus cabelos. me vestir melhor. me perfumar. uma coisa levando a outra.
enfim, eu sei assim na teoria que sou uma mulher bonita e sexy, mas tem hora que eu esqueço disso no dia-a-dia. vou me largando aos poucos, sem sentir. pois agora tô tomando posse da minha beleza de novo. tudo isso pra mim, e não pra agradar os outros (especialmente os homens. embora acabe agradando....) e tá sendo muito gostoso isso. é bom sentir que pelo menos alguma coisa na minha vida anda sob controle. e de uma forma tão tranquila e serena.
ajuda a confiar que o resto virá na hora certa.

adendum: claro, no meio disso tudo, a tese começou a sair. devagarzinho, mas direitinho. se continuar fluindo tão bem assim vai ficar bem bacana. pois além de linda, gostosa e fogosa, eu sou bem inteligente também. ha, ha!

Thursday, June 5, 2008

mais um

eu devo ser um magneto mesmo pra maluquice alheia.
tem um cara aqui no departamento que eu já apelidei de creepy guy. todo mundo, sem exceção, acha o cara pancadinha. acho até que o figura é bem inteligente, mas de um jeito tão fora da realidade que acho que nem serve pra nada (se um dia ele virar professor, eu que não quero ser aluna dele).
pois eu fui dar papo pra ele um dia, logo no começo do quarter. é que a mesa dele é perto da minha lá no TA office. desde então ele tenta de tudo quanto é jeito puxar papo comigo.
eu já aprendi que a melhor coisa é levar o headphone pro office e trabalhar ouvindo música. até porque, se eu não fizer isso não consigo fazer nada (é um ti-ti-ti danado ali).
esta semana ele me pegou de novo num papo daqueles sem eira nem beira. eu nem queria, mas o homem chegou, sentou na cadeira dele e ficou virado pra mim me encarando. até que achou um comentário completamente aleatório pra fazer e quando eu vi ele estava lendo foucault pra mim.
demorei uns 30 minutos pra me desvencilhar da figura. porque eu sou tão bundona que quando começo a engrossar e cortar a onda do outro, fico com pena e dou pra trás de novo.
enfim, ontem ele veio aqui em casa ver o apartamento. porque minha roomate tá de mudança pra dinamarca e vai passar o apartamento pra ele. como ela tá passando a maior parte do tempo com os pais agora, ela me ligou e pediu que eu mostrasse o apartamento pra ele.
e não é que o maluco chega aqui, fica todo feliz em me ver (ele não sabia que eu e S. éramos roomates), e acha que eu ia ficar aqui pra ser roomate dele e termos altos "papos inteligentes"?
só sei que eu mostrei tudo rapidinho e o despachei o mais rápido possível.
putz grila. vai ler foucault pra vovózinha!!

Wednesday, June 4, 2008

deus é difícil


neste domingo eu fui ao cinema às 11:40 da manhã. aqui matinê é cedo mesmo!
vi um filme que mexeu pacas comigo. nem era o filme mais cabeça de todos os tempos e tinha umas coisas meio desalinhavadas. mas acho que foi mais o tema mesmo que mexeu comigo.
de qualquer forma, nem tô afins de falar do filme, nem sobre o assunto. tenho falado e pensado tanto sobre este assunto que já tô até cansada.
mas teve uma cena que não me sai da cabeça desde então.
tem uma personagem que é judia, mas judia daquelas que reza antes de fazer tudo. só que na hora em que ela está prestes a fazer uma das coisas mais importantes da vida dela ela não reza. daí a mãe a questiona sobre isso. ela começa a falar de deus. diz que pensava que deus era bom e protetor, mas que às coisas andavam tão complicadas pra ela que ela começou a duvidar que ele existisse e/ou pudesse ajudá-la com aquilo que estava prestes a fazer.
daí a mãe vira pra ela e diz que talvez deus não seja bom, paizão, protetor, etc. talvez deus seja difícil.
desde então não páro de pensar em como deus tem sido difícil comigo nos últimos tempos.

Tuesday, June 3, 2008

verde

olha, eu tô ficando metida mesmo. vou aparecer no happy hour de novo, nesta quinta dia 5 de junho. falando sobre sustenabilidade. modéstia a parte foi óóóóteeeemo!!!

Sunday, June 1, 2008

faltam exatamente duas semanas...

...pra eu voltar.
mas quem está contando né?
hoje clarutcha me ligou pelo skype (sim, foi ela que pediu pra comadre ligar) pra dizer que estava com saudade. me perguntou pela milésima vez onde eu estou e o que estou fazendo. entre várias lambidas e babadas no microfone me mostrou o livro novo que ela ganhou, sua meia calça cor de abóbora (eu acho) e me mandou beijinhos pela webcam.
pediu também que eu "jogasse" pra ela o elefante de pelúcia que eu lhe mostrei pela webcam. e perguntou quantos ônibus precisava pegar pra chegar aqui.
por mais que eu explique a bichinha não consegue entender como alguém pode estar tão longe e tão perto ao mesmo tempo.
nem eu.
só sei que chega dói de saudades nestas horas.