Monday, December 20, 2010

das memórias inventadas do poeta

"Eu não amava que botassem data na minha existência. A gente usava mais era encher o tempo. Nossa data maior era o quando. O quando mandava em nós. A gente era o que quisesse ser só usando esse advérbio. Assim, por exemplo: tem hora que eu sou quando uma árvore e podia apreciar melhor os passarinhos. Ou tem hora que eu sou quando uma pedra. E sendo uma pedra eu posso conviver com os lagartos e os musgos. Assim: tem hora eu sou quando um rio. E as garças me beijam e me abençoam. Essa era uma teoria que a gente inventava nas tardes. Hoje eu estou quando infante. Eu resolvi voltar quando infante por um gosto de voltar. Como quem aprecia de ir às origens de uma coisa ou de um ser. Então agora eu estou quando infante. Agora nossos irmãos, nosso pai, nossa mãe e todos moramos no rancho de palha perto de uma aguada. O rancho não tinha frente nem fundo. O mato chegava perto, quase roçava nas palhas. A mãe cozinhava, lavava e costurava para nós."

Sunday, December 12, 2010

uma explicação tardia e um xamego pra uma amiga querida

quem lê esse meu humilde bloguinho sabe que isso aqui não foi criado para ser um sucesso de público - passo um tempão sem atualizar e quando posto, não entro muito em detalhes sobre a minha vida pessoal. a idéia básica é juntar pequenos caquinhos de coisas que me mobilizam, me emocionam, me fazem rir ou chorar, e guardar aqui, como uma caixinha de quinquilharias. ou melhor, como uma caixinha de pequenos milagres (daí o "deusa das pequenas coisas", sacou?), milagres como o milagre das folhas, da clarice lispector.
nessa linha editorial, valem poemas, músicas, trechos de livros, ou simplesmente pequenos casos da minha vida. procuro não falar de coisas negativas embora, não se iludam, elas existam aos montes na minha vida e pela vida aí afora de todo mundo.
procuro também não falar muito de grandes amores. depois de ter levado uma porção de rasteiras na vida no quesito amor romântico, hoje prefiro falar dos pequenos amores, aqueles de amigos, comadres e anjos em geral que atravessam minha vida de alguma forma.
e é aí que entra a história do xamego do título desse post. tem essa amiga antiga, de 20 anos atrás (sim, senhoras e senhores, o tempo passa. e muito rápido!), que eu perdi na roda viva da vida há mais ou menos esse tanto de tempo atrás. a gente virou melhor amiga muito rápido e vivia grudada pra cima e pra baixo (ai, o milagre da amizade...). foi um período importante da minha vida pois era uma espécie de adolescência tardia, e acho que ela também experimentou isso, embora por motivos diferentes.
de repente, não lembro nem muito bem porquê, nos afastamos. até perder contato mesmo, por um tempão. depois de muitos anos, rolou até de nos acharmos no orkut e no facebook, mas nenhum contato mais íntimo. ela foi morar em sampa há tempos, e eu também acabei por esse mundão afora um tempo depois disso.
eis que recentemente, voltando da gringolândia, na viagem derradeira do doutorado, resolvo fazer uma mega arrumação na casa. fui limpando tudo, jogando quilos de coisas fora. e de repente dou de cara com uns cartões e bilhetes que ela me mandou há tempos atrás, quando éramos amigas inseparáveis. eu que já andava meio sensível por conta de outras coisas, desandei num choro daqueles quando encontrei isso e mais umas outras lembranças de outros amigos queridos que a vida também levou com o tempo.
e não é que uma semana depois ela me escreve dizendo que estava no rio com o o marido e que queria me encontrar? (ai, o milagre da amizade...) eu fiquei tão de cara com essa história toda que saí correndo para encontrá-los onde fosse. sentamos no BG e começamos a desfiar histórias antigas. e não é que ela lembrava direitinho de um episódio que ela contava num dos cartões que me escreveu? não só isso, lembrava disso como um episódio importante da vida dela, uma coisa que a marcou profundamente (nem dá pra contar aqui pois o assunto é longo, a história é dela e dá assunto pra outro post).
depois desse reencontro as coisas tomaram seu rumo natural - primeiro ficamos de ti-ti-ti no facebook e finalmente fui visitá-la em sampa semana passada.
chegando lá papeamos sem parar por dois dias, com intervalos pra dormir e pra ela trabalhar. e haja assunto, meu deus! parecia que o tempo não tinha passado. fui percebendo que embora o tempo tivesse passado e um milhão de coisas tivessem acontecido na minha vida e na dela, ainda tínhamos uma porção de coisas em comum e assunto pra mais 20 anos de amizade.
ai, o milagre da amizade...

Monday, November 29, 2010

morde/assopra

a barra anda bem pesada. mas deus, anjo da guarda, guia espiritual, ou o que for, realmente tem senso de humor e alivia pro meu lado quando eu começo a desmontar muito. acho que deve haver alguma política espiritual na linha do morde/assopra pois na minha vida as coisas sempre funcionaram mais ou menos assim.
no presente momento, tô até feliz...

Thursday, October 28, 2010

Encarnação Involuntária - Clarice Lispector

Às vezes, quando vejo uma pessoa que nunca vi, e tenho algum tempo para observá-la, eu me encarno nela e assim dou um grande passo para conhecê-la. E essa intrusão numa pessoa, qualquer que seja ela, nunca termina pela sua própria auto-acusação: ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos e perdôo. Preciso é prestar atenção para não me encarnar numa vida perigosa e atraente, e que por isso mesmo eu não queira o retorno a mim mesma.
Um dia, no avião...ah, meu Deus – implorei – isso não, não quero ser essa missionária!
Mas era inútil. Eu sabia que, por causa de três horas de sua presença, eu por vários dias seria missionária. A magreza e a delicadeza extremamente polida de missionária já me haviam tomado. É com curiosidade, algum deslumbramento e cansaço prévio que sucumbo à vida que vou experimentar por uns dias viver. E com alguma apreensão, do ponto de vista prático: ando agora muito ocupada demais com os meus deveres e prazeres para poder arcar com o peso dessa vida que não conheço – mas cuja tensão evangelical já começo a sentir. No avião mesmo percebo que já comecei a andar com esse passo de santa leiga: então compreendo como a missionária é paciente, como se apaga com esse passo que mal quer tocar no chão, como se pisar mais forte viesse prejudicar os outros. Agora sou pálida, sem nenhuma pintura nos lábios, tenho o rosto fino e uso aquela espécie de chapéu de missionária.
Quando eu saltar em terra provavelmente já terei esse ar de sofrimento-superado-pela-paz-de-se-ter-uma-missão. E no meu rosto estará impressa a doçura da esperança moral. Porque sobretudo me tornei toda moral. No entanto quando entrei no avião estava tão sadiamente amoral. Estava, não, estou! Grito-me eu em revolta contra os preconceitos da missionária. Inútil: toda a minha força está sendo usada para eu conseguir ser frágil. Finjo ler uma revista, enquanto ela lê a Bíblia.
Vamos ter uma descida curta em terra. O aeromoço distribui chicletes. E ela cora, mal o rapaz se aproxima.
Em terra sou uma missionária ao vento do aeroporto, seguro minhas imaginárias saias longas e cinzentas contra o despudor do vento. Entendo, entendo. Entendo-a, ah, como a entendo e ao seu pudor de existir quando está fora das horas em que cumpre sua missão. Acuso, como a missionariazinha, as saias curtas das mulheres, tentação para os homens. E, quando não entendo, é com o mesmo fanatismo depurado dessa mulher pálida que facilmente cora à aproximação do rapaz que nos avisa que devemos prosseguir viagem.
Já sei que só daí a dias conseguirei recomeçar enfim integralmente a minha própria vida. Que, quem sabe, talvez nunca tenha sido própria, senão no momento de nascer, e o resto tenha sido encarnações. Mas não: eu sou uma pessoa. E quando o fantasma de mim mesma me toma – então é um tal encontro de alegria, uma tal festa, que a modo de dizer choramos uma no ombro da outra. Depois enxugamos as lágrimas felizes, meu fantasma se incorpora plenamente em mim, e saímos com alguma altivez por esse mundo afora.
Uma vez, também em viagem, encontrei uma prostituta perfumadíssima que fumava entrefechando os olhos e estes ao mesmo tempo olhavam fixamente um homem que já estava sendo hipnotizado. Passei imediatamente, para melhor compreender, a fumar de olhos entrefechados para o único homem ao alcance de minha visão intencionada. Mas o homem gordo que eu olhara para experimentar e ter a alma da prostituta, o gordo que estava mergulhando no New York Times. E meu perfume era discreto demais. Falhou tudo.

Sunday, October 17, 2010

em tempo

todos estão surdos

Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém
Mas meu Amigo volte logo
Vem olhar pelo meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram.
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas e chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
“Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade”

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
Que o amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Thursday, October 7, 2010

pois é

há umas duas semanas fiquei sabendo que um ex-amigo morreu. na verdade ele era também, por alguma ironia cruel do destino, um ex-namorado. mas o namoro foi curtíssimo e isso nem é tão importante. o importante mesmo é que ele era meu amigo. amigo de mais de 20 anos. ex-amigo a gente não é nunca. por mais que se esforce, que brigue, que se afaste. e tudo isso aconteceu com a gente depois desse maldito namoro.
tô com essa notícia entalada na garganta desde então. juntando com a outra porção de coisas complicadas que tem acontecido na minha vida ultimamente, ficou aquele nó estranho dentro de mim que só agora vou desfazendo.
um pedaço é de culpa. eu sou a rainha da culpa. e mesmo que saiba que esse fardo não é meu, dá tristeza de não ter conseguido falar com ele antes dele ir. dá tristeza em pensar que saí fora dessa história de namorar justo porque sabia que ele tava num processo auto-destrutivo muito sinistro e que ia morrer cedo (só não imaginava que ia ser tão logo). eu com essa merda dessa minha intuição e sensitividade vi a morte nos olhos dele e tive medo. quis ajudar mas não pude. tive medo e corri.
tentei conversar com ele sobre essas coisas quando acabamos, mas ele ficou com raiva de mim. ficou com raiva de mim e morreu assim.
mais foda ainda foi que um pouco antes dele morrer eu pensei nele de novo.
entrei no furacão da arrumação aqui em casa e encontrei bilhetes e cartões de 20 anos atrás. num deles ele me desejava feliz aniversário e se desculpava por não ter tido tempo de fazer isso na data certa. muito trabalho, dizia ele. há 20 anos atrás ele já se matava de trabalhar.
num outro cartão, que eu achei logo depois que soube da morte dele, ele estava 'grávido' do primeiro filho. era um texto cheio de gravidezes e meus olhos encheram de lágrimas.
numa agenda antiga (93), achei uma entrada falando do nascimento do filho dele. no dia seguinte, eu fui visitar. nem lembrava disso.
nem sei do que ele morreu. e não posso falar com a (ex)mulher dele porque ela também tem raiva de mim.
mas sei bem que de vez em quando ela ainda vem bisbilhotar o meu blog (sei disso há anos).
se ela ainda precisa disso, que assim seja. e eu vou falar daqui mesmo - tenho rezado muito por ela e pelos filhos dela. há muitos anos que eu faço isso. rezo do meu jeito, sem texto ou repetição, mas com intenção. intenção de amor, paz e tranquilidade.
quanto a ele, rezo para que finalmente possa descansar em paz. descanso muito mais do que merecido.

Wednesday, October 6, 2010

presentinho da comadre em julho de 92

O Verbo no Infinito - Vinicius de Moraes

Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, e ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver.
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

Wednesday, September 29, 2010

presentinho da comadre

Poema
Regina Werneck

Minha memória é um rio caudaloso
Onde, às vezes, eu me vejo submersa,
Afogada, asfixiada.
É um rio de torrentes que me arrasta
E me joga de um lado para outro,
Contra rostos, mãos, casas, esperanças,
Idéias, planos, ruas, despedidas,
Montes, mares, angústias e caminhos,
Pernas, pés, praias, solidão...
Estendo as mãos, as margens longe...
E vou me debatendo
Até que a voz do tempo
E o correr dos dias
Me salvem de mim mesma
E me coloquem outra vez
Nas margens tranqüilas do esquecer.

Friday, September 10, 2010

tá foda

tem horas que dá vontade de ficar de autos e não sair nunca mais...

Wednesday, September 8, 2010

voltei

resumindo:

-agora sou doutora. doutora antropóloga. PhD. segundo um amigo meu eu já posso escrever livros de auto-ajuda e colocar uma vírgula e PhD depois do meu nome. não tenho planos muito ambiciosos para o momento, mas esse definitivamente não é um deles. de qualquer forma é bom saber que tenho essa opção.

-fiquei um pouco mais de um mês fora e parece que se passaram vários meses. dentro de mim e a minha volta. ai como o mundo gira...

-ainda curtindo e contando as histórias da viagem pro povo daqui. e feliz em saber que tenho tantos amigos maravilhosos por esse mundão afora.

-no momento toda minha energia focada em arrumar a casa e os cacarecos. tô impressionada com a quantidade de bagunça escondida pela minha casa. e com a quantidade de coisa que eu guardo e que não preciso mais há muito, muito tempo...

-sempre achei que só rosinha lesse esse blog, mas de vez em quando aparece um comentário de algum desconhecido. não sei bem que graça o povo vê nesses meus escritinhos tão esparsos, mas de qualquer forma acho que devo agradecer a atenção, né?

obrigada!

Monday, July 5, 2010

só pra não enferrujar

ando sem o menor saco pra escrever em blog. e sem assunto também. quer dizer, assunto tenho de sobra. todo tipo de assunto. só que nada que eu ache que vale a pena colocar aqui.
ainda tô na finalização da tese e na preparação da viagem a gringolândia. bem animada com isso. ando precisando muito viajar e rever os amigos de lá.
me lembram que a vida pode ser bem diferente disso que ela é agora...

Saturday, June 5, 2010

acabei

sim, acabei. ainda não tô realizando muito, mas acabei. tudo bem, falta a banca ler e me sugerir mudanças. ou seja, ainda tem trabalho pela frente.
mas a sensação de que pelo menos alguma coisa tá concluída e tá aí no mundo, é simplesmente maravilhosa.
falta pouco, muito pouco, pra eu virar essa página da minha vida de uma vez por todas.

Thursday, May 27, 2010

tô quase acabando...

chega dá uma zonzeira esta etapa final.

Saturday, May 1, 2010

aceitação

não sou alcoólatra, mas acho que isso vale pra todo mundo...e estes dias eu tenho precisado de doses extras de aceitação.

"Aceitação é a resposta para todos os meus problemas hoje. Quando estou atormentado é porque considero alguma coisa, lugar , pessoa ou situação -- algum fato da minha vida -- inaceitável para mim, e não consigo encontrar serenidade alguma até que eu aceite aquela coisa, lugar, pessoa, ou situação como sendo exatamente do jeito que deve ser neste momento. Nada, absolutamente nada acontece no mundo de Deus por acaso. Até que eu pudesse aceitar meu comer compulsivo, não pude ficar abstinente; a menos que eu aceite a vida completamente do jeito que ela é, não posso ser feliz. Preciso não me concentrar muito no que deve ser mudado no mundo, e sim muito mais no que deve ser mudado em mim e em minhas atitudes.
Shakespeare disse, "O mundo inteiro é um palco, todos os homens e mulheres são meramente atores." Ele esqueceu de mencionar que eu era o crítico principal. Eu era sempre capaz de encontrar defeitos em todas as pessoas, em todas as situações. E eu ficava feliz em apontá-los, porque eu sabia que você queria a perfeição, da mesma forma que eu. AA e aceitação me ensinaram que há um pouco de coisas boas no pior de nós e um pouco de coisas ruins no melhor de nós; que somos todos filhos de Deus e cada um de nós temos o direito de estar aqui. Quando eu reclamo de mim ou de você, estou reclamando da obra de Deus. Estou dizendo que sei mais do que Deus.
Durante anos eu estava certo de que a pior coisa que poderia acontecer a um bom rapaz como eu era que eu me tornasse um alcoólico. Hoje, percebo que é a melhor coisa que já me aconteceu. E se eu não sei o que é bom para mim, logo não sei o que é bom ou ruim para você ou qualquer um. Então eu sou melhor quando não dou conselho, não imagino saber o que é melhor, e apenas aceito o vida nos seus termos, como ela é hoje -- especialmente minha própria vida, da forma que ela realmente é. Antes de AA eu me julgava em função das minhas intenções, enquanto o mundo estava me julgando por minhas ações."

Extraído da página 449 do Grande Livro de AA

Wednesday, April 28, 2010

zen

andei tendo uns insights interessantes a respeito de um bando de coisas e de repente me vi relendo um livro que eu li há um tempão atrás - a arte cavalheiresca do arqueiro zen.
tão lindo. ai como eu queria ser mais zen. com arco ou sem arco.

Tuesday, April 20, 2010

Fogão

ai, eu nem sou botafogo não. mas meu pai é e eu cresci com ele sofrendo.
então amigos e leitores flamenguistas que me perdoem, mas olha que gracinha!

Thursday, April 15, 2010

rosinha

ontem falei com rosinha.
tava com saudade de rosinha, minha leitora mais antiga e fiel.
ha, ha!!

Wednesday, April 14, 2010

humpf!

num mau humor do capeta...

Sunday, April 4, 2010

de alma lavada

tô saindo com um bunitinho todo enrolado da vida. já me acostumei - nesta idade e nestes tempos a única coisa que podemos fazer é escolher qual complicação a gente atura e qual não dá pé mesmo. depois é ir levando pra ver onde dá.
mas este tem uma coisa que eu prezo demais num homem - me faz rir um bocado.
ontem, no meio da noite, ficamos de papo na cama e ele soltou uma única frase que traduziu melhor do que tudo um incômodo e uma angústia enoorrrmes que eu venho sentindo de um tempo já em relação a uma outra coisa na minha vida. enquanto ria descontroladamente da graça do bunitinho, pensava que homem pode ser tudo palhaço, mas se faz mesmo a gente dar risada de verdade, ainda tá valendo

Friday, March 26, 2010

o visitante

a vida tem desses presentes aleatórios de vez em quando - um passarinho deu de vir me visitar todo dia aqui na minha laje. ele vem, dá uma cantadinha e vai embora. canta que é uma beleza, o danado.
já tentei subornar e seduzir este ilustre visitante com alpiste, mas ele nem tchun, nem olhou pro pratinho que eu botei ali perto.
não sei porquê, mas acho que vem atrás das flores da minha trepadeira. nem disso tenho certeza.
de repente ele aparece aqui só pra passear mesmo.

a fita branca

fui ver a fita branca esta semana que passou.
fiquei tão impressionada que sonhei e tudo.

as portas invisíveis

"...É que em todo lado, mesmo no invisível, há uma porta. Longe
ou perto não somos donos mas simples convidados. A vida, por respeito,
requer constante licença."
Mia Couto

Monday, March 22, 2010

ai, o amor...

"Sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando, mas quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois."
guimarães rosa

Sunday, February 21, 2010

meu dia de princesa

ah sim, e eu tenho que contar também do dia que eu saí de princesa paola de orleans e bragança. eu já andava cismada com aquele comercial super brega da revista caras, no qual a dita cuja princesa aparece dizendo que ser princesa é muito bom, que você herda jóias e riquezas, mas "se você não é da família real, não tem problema! é só passar numa banca!"
compra-se a meleca da revista e ganha-se uma taça com uma coroinha da família real.
pois eu saí com um vestido vermelho de cetim, longo, com rendas, luvas 3/4 lilás, colarzinho de pérolas, tiara na cabeça e uma taça de champanhe de plástico na mão. na taça eu colei uma coroinha de papel aluminio.
fui no bloco/protesto Epa Rei, que era um manifesto em prol da monarquia. perfeito, né?
e o melhor é que todo mundo que entendeu a piada (e os que não entenderam também), não deixavam minha taça da família real vazia nem um minuto!
não é à toa que depois do carnaval eu não tinha mais voz...fazia tempo que eu não ria e falava tanta merda assim. ha, ha!

Friday, February 12, 2010

ana maria brega

ah sim. eu e A. estávamos perdidas no deserto do saara e tivemos a epifania da nossa fantasia para o cordão do boitatá. iremos de ana maria brega - peruca loira, avental do louro josé, frango de borracha, colher de pau e até um louro josé de pelúcia emprestado pela comadre.
estou aqui ensaiando um "ACORDA, MENINA!" pra gritar no ouvido da galera!
ai, como eu amo carnaval!!

em homenagem ao delicioso "só 90% é mentira"

"Toda vez que encontro uma parede
ela me entrega às suas lesmas.
Não sei se isso é uma repetição de mim ou das
lesmas.
Não sei se isso é uma repetição das paredes ou
de mim.
Estarei incluído nas lesmas ou nas paredes?
Parece que lesma só é uma divulgação de mim.
Penso que dentro de minha casca
não tem um bicho:
Tem um silêncio feroz.
Estico a timidez da minha lesma até gozar na pedra."

Saturday, February 6, 2010

férias

tô precisando de férias loucamente.
a viagem já tá marcada e será pra itacaré, no sul da bahia. já comprei biquini novo e tudo.
preciso muito sair do olho do furacão. muita coisa acontecendo a minha volta e eu meio apatetada no meio disso tudo.
mas antes um carnavalzinho básico que ninguém é de ferro. vou pegar leve pois ando meio sem ânimo pra muita farra. também, não dá pra ser muito feliz cozinhando neste calor abafado de verão carioca, né?
fui.

carta

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o bronze que raciocina.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é paciente, é benigno; o amor não é invejoso; não é temerário; não se ensoberbece.
Não é ambicioso, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."

Tuesday, February 2, 2010

dia dela

em homenagem a Iemanjá, a rainha do mar...

Tuesday, January 19, 2010

o haiti não é aqui

rezando pelo haiti, pensando no haiti...

Monday, January 18, 2010

a lôca do baião

depois de ter visto um filme danado de lindo sobre o baião ontem ("o homem que engarrafava nuvens") acordei com a corda toda ouvindo o viva são joão! do gil
eita nóis!

Friday, January 15, 2010

o que é pior

arranquei dois sisos e estou de molho em casa. so far so good.
só não sei o que é pior - não poder comer ou não poder falar.
ai, minha fixação oral....

Monday, January 11, 2010

progressos

ontem, tomando chope com um amigo muito querido que eu não via há um tempo, consegui falar do processo de adoção sem encher os olhos de lágrimas.
eu tô caminhando no meu processo. agora falta o processo jurídico andar também.
já vi que esta gestação vai ser beeeeeemmmmm longa...

Thursday, January 7, 2010

filmes

faz tempo que eu não tenho vontade de comentar de algum filme que vi. pois ontem eu vi um que tá na minha cabeça até agora. é o "procurando elly".
nem sei o que me tocou tanto no filme, mas acho que mistura uma experiência de infância que foi bem traumática pra mim com um certo fascínio pela cultura persa que eu já tenho de tempos. além do mais, o filme tem uma força dramática incrível, que vai crescendo de uma forma que eu não imaginaria.
fecho o olho e ainda vejo flashes...

post de ano novo


tive algumas boas surpresas neste finzinho de 2009. a começar pelo festão de ano novo. fazia tempo que eu não passava um ano novo tão alto astral! festa linda com algumas das pessoas que eu mais amo neste mundo!