Friday, October 23, 2009

ai, este dom Rigoberto....

"Ouvir a voz dela, confirmar a sua proximidade e a sua existência, encheu-o de satisfação. 'A felicidade existe', repetiu, como todas as noites. Sim, desde que fosse procurada onde era possível. No corpo próprio e no da amada, por exemplo; a sós e no banheiro; durante horas ou minutos numa cama compartilhada com o ser tão desejado. Porque a felicidade era temporária, individual, excepcionalmente dual, raríssima vez tripartida e nunca coletiva, municipal. Estava escondida, pérola em sua concha marinha, em certos ritos ou práticas cerimoniais que ofereciam ao ser humano lufadas e miragens de perfeição. É preciso se contentar com essas migalhas para não viver ansioso e desesperado, apalpando o impossível. 'A felicidade se esconde no orifício das minhas orelhas', pensou, de bom humor."
(Elogio da Madrasta, p. 37, Mario Vargas Llosa)

Wednesday, October 14, 2009

do disco novo da bethânia

saudade

saudade a lua brilha na lagoa
saudade a luz que sobra da pessoa
saudade igual farol engana o mar
imita o sol
saudade sal e dor que o vento traz.

saudade o som do tempo que ressoa
saudade o céu cinzento a garoa
saudade desigual
nunca termina no final
saudade eterno filme em cartaz

a casa da saudade é o vazio
o acaso da saudade fogo frio
quem foge da saudade
preso por um fio
se afoga em outras águas
mas do mesmo rio

Friday, October 9, 2009

chovendo no molhado

fala sério, né? tá na hora de parar de chover um pouquinho...

Tuesday, October 6, 2009

faz tempo que eu não vejo um filme bom

passei ao largo deste festival do rio. não tenho mais saco pra ficar correndo atrás de ingressos e xeretando pra ver quais filmes valem a pena.
ontem fiz uma tentativa, rebocada pela comadre, e fui ver um filme brasileiro. uma bela bosta.
amanhã vou ver o filme de um amigo, que eu já vi duas vezes quando ainda estava no forno. o filme é bacana e foi ficando melhor a medida que ele ia finalizando. pelo menos já sei o que vem pela frente e tô curiosa pra ver o resultado final.

Saturday, October 3, 2009

gracias a la vida y a la mercedes sosa....

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros, que cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el oído que en todo su ancho
Graba noche y día, grillos y canarios,
Martillos, turbinas, ladridos, chubascos,
Y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado el sonido y el abecedario;
Con el las palabras que pienso y declaro:
Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la marcha de mis pies cansados;
Con ellos anduve ciudades y charcos,
Playas y desiertos, montañas y llanos,
Y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano,
Cuando miro al bueno tan lejos del malo,
Cuando miro al fondo de tus ojos claros.

Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto.
Así yo distingo dicha de quebranto,
Los dos materiales que forman mi canto,
Y el canto de ustedes que es mi mismo canto,
Y el canto de todos que es mi propio canto.
Gracias a la vida que me ha dado tanto.